A importância do conhecimento na Indústria da Cannabis
av_timer 11 min
Os NFTs (tokens não fungíveis) são itens digitais legítimos e únicos que estão inteiramente assegurados por protocolos e validações via tecnologia blockchain. Em resumo, possuir um NFT, seja ele de qualquer formato, origem ou significado, simboliza a certificação da legitimidade da unidade deste item em sua forma digital.
E isso tem movimentado cifras gigantescas em criptomoedas e dólares em aportes nunca antes vistos em qualquer transação digital. Artistas, criativos, produtores de conteúdo e suas obras ganhando cada vez mais espaço e visibilidade, bem como marcas estabelecendo uma conexão ainda mais profunda com o ambiente digital, tudo isso tem acontecido em uma velocidade crescente nos últimos meses.
Está acontecendo bem agora enquanto eu escrevo e também enquanto você lê esta tese. Para se ter uma breve ideia do que estamos falando aqui, a imagem abaixo feita pelo artista Beeple (um artista digital com pouco mais de 2 milhões de seguidores no Instagram) teve sua NFT vendida por US$69 milhões.
Trata-se de uma transformação digital que impacta totalmente a cultura e a economia do mundo 360º.
A alta demanda sobre NFTs e Cripto também tem gerado debates extremamente relevantes sobre consumo de energia, valorização desenfreada de periféricos, democratização dos espaços artísticos e ascensão de uma cultura de consumo inteiramente digital.
A tecnologia à serviço de grupos de pessoas, movidos por semelhanças, preferências, interesses em comum é o que de fato tem impulsionado as principais mudanças na cultura deste século. E o que realmente vai pautar toda a transformação iminente pelos próximos anos.
Não se trata de um fator isolado, ou de suas particularidades técnicas. O que move as transformações relevantes nos negócios, na economia e na cultura é no como as pessoas vão se apropriar e utilizar a tecnologia em questão.
Os então usuários assíduos de internet, que consomem e vivem a cultura implementada em rede foram os que promoveram as emblemáticas e pioneiras NFTs do Nyan Cat e do primeiro Tweet na casa dos milhões de dólares.
Os Top Shots da NBA, com os lances emblemáticos da história do esporte, Kings Of Leon lançando um álbum totalmente em NFT e o nascimento veloz de games baseados em NFTs mostram claramente que as comunidades – e seus ávidos interesses – são o protagonistas deste meio milionário.
Um exemplo prático deste cenário, onde comunidades são o centro das grandes iniciativas digitais pautadas em NFTs e criptomoedas são as chamadas “fan token”, recentemente popularizadas no PSG (com a valorização na chegada do jogador Lionel Messi) e no Sport Club Corinthians Paulista. A partir daqui temos os primeiros cruzamentos de fronteira entre experiências puramente digitais para experiências 360º.
As “fan tokens” promovem a relação entre torcedores e clubes na capitalização de uma moeda específica e particular ao contexto estabelecido podendo ser volatilizada em seu valor. A proposta é que com a aquisição destas moedas, os investidores poderão participar de experiências e estabelecer decisões pontuais que envolvem o futuro do clube. A rentabilidade, por exemplo, da fan token do PSG chegou em 140% de valorização na chegada do jogador argentino vindo do Barcelona.
O gráfico abaixo nos evidencia as cifras sobre esta não tão nova economia, mas neste caso focada em cripto colecionáveis, as quais movimentam grandes comunidades.
Semana passada apresentei minha tese sobre o “mercado das coisas” e a economia dos colecionáveis. Lá pude evidenciar a importância do contexto econômico em atividades até então classificadas como hobbies.
Ao escrever esta parte onde direciono o foco de luz para as transformações econômicas e culturais das NFTs e criptomoedas nas comunidades, visualizo a possível relação entre os dois pontos. A tokenização nas formas de investimentos alternativos já é viva nos segmentos dos games, criadores de conteúdo, colecionáveis, esportes promovendo a relação de consumo de um público acostumado a consumir itens específicos, exclusivos e contextualizados sejam eles físicos ou digitais.
O grande diferencial, então, para a alta rentabilidade e popularização de estratégias voltadas para NFTs e criptomoedas está intimamente ligada à atenção das pessoas. Podemos dizer que sim, as NFTs são a materialização capital da atenção e do hype das infinitas comunidades e possíveis em rede ou fora dela.
Uma gama completamente variada, múltipla e remixada está surgindo nas frentes artísticas com a popularização das NFTs. Se antes apenas os nomes categorizados em movimentos específicos da grande mídia eram os grandes reis e rainhas nas fortunas do mercado da produção artística, agora esta porta está escancarada para qualquer pessoa adentrar e estabelecer o seu espaço.
Um exemplo prático disso é do garoto Ahmed, 12 anos, que realizou uma venda na casa dos US$400.000,00 por sua coleção chamada Baleias Estranhas.
1- Ahmed, assim como 70% da população na América Latina não possui conta em banco, mas já movimenta ativamente sua carteira de criptomoedas (moeda principal na comercialização de NFTs).
2- A geração que nasce no meio digital tende a adentrar nas atividades de receita muito mais cedo e de forma muito mais dinâmica.
3- Este padrão, de gerar coleções com breves variações na unidade e com quantidade limitada tem sido uma tendência nas criações de NFTs
Além das searas óbvias, dos arcabouços já esperados de serviços como desenvolvimento tecnológico e segurança o desenvolvimento de outras praças é também realidade. Levanto aqui alguns caminhos que sei que podem ser impactados neste exato momento e levados a outro nível no médio e longo prazo.
A garantia de que pessoas não sejam lesadas financeiramente, direitos que não sejam corrompidos, conversões e equivalências aconteçam de forma justa faz com que a evolução de áreas jurídicas aconteçam também em ritmo acelerado.
Serviços atrelados, experiências conectivas e abrangentes poderão estar nas mãos de grupos estratégicos que possam promover inúmeras atividades e soluções criativas do lead to deal.
Conglomerados de artistas dedicados e multidisciplinares atuando a serviço de demandas específicas para empresas ou grupos. Envolvendo desde marcos importantes até lançamentos do mundo do entretenimento.
E, de forma geral, a questão do impacto financeiro e ambiental na mineração e desenvolvimento destes artefatos e moedas digitais. Um dos assuntos mais relacionados às NFTs e criptomoedas tem sido o custo de energia e o impacto que isso tem gerado economicamente e ambientalmente. Conselhos, grupos ativos, empresas, artistas, enfim, unidades onde este ponto seja o norte certamente precisarão ser estabelecidos em diversos níveis e modalidades.
As NFTs e as criptomoedas têm transformado absolutamente a relação das pessoas com os investimentos. O surgimento de games baseados na relação econômica das NFTs é o principal ator (e mais completo) deste enredo.
Com isso, a grande questão que paira no ar é como as marcas vão se inserir neste sistema, potencializando essas relações e obtendo resultados relevantes para suas estratégias de negócios? Como que narrativas entre pessoas e marcas podem ser contempladas através de NFTs e criptomoedas?
A resposta para isso está além da obviedade comercial, de compra e venda, mas sim da catálise de experiências legítimas na construção de histórias personalizadas e exclusivas para cada pessoa ou cada comunidade.
O metaverso, popularizado e estabelecido nos games, já é ponto relevante na construção de relacionamento e posicionamento das principais (e mais inovadoras) marcas no mundo. Neste universo infinito e digital, qual seriam as portas comerciais e mercadológicas inseridas nele? Certamente podemos esperar marcas e influenciadores tracionando seus negócios através de experiências e serviços únicos para cada pessoa. E, ainda mais, isso tudo estendido às instalações físicas com interatividade e continuidade online – offline.
Uma marca que tem como pilar as relações humanas, registrando eventos, momentos especiais de cada pessoa através de NFTs e/ou bonificando em criptomoedas específicas a cada comportamento digital realizado, ao invés de milhas que vencem, pontos de fidelidade que não necessariamente são garantias de relacionamento duradouro. De repente uma startup que promove a saúde, premiando performances em seu app com NFTs de suas celebridades preferidas ou acumulando moedas digitais para serem utilizadas em equipamentos ou experiências esportivas. São infinitas as possibilidades.
A fácil didatização e popularização de moedas digitais, variadas em seus contextos de existência, sendo comercializadas e acompanhadas como ativos financeiros seguros para populações que não possuem conhecimento financeiro através de games.
E com isso as redes de conexão entre marcas centenárias e uma geração nascida no Roblox (um game nos moldes básicos do metaverso popular dentre os mais novos da geração Z) é possível e real. Algo nativo, um ambiente presente desde a juventude, até as etapas adultas em sistemas gamificados, seguros e 100% assertivos sobre a atenção e interesse das pessoas e suas comunidades. É sobre isso que as estratégias voltadas para NFTs e criptomoedas precisam estar estruturadas.
Com isso, a partir daqui, a cultura e a economia ganham um novo capítulo. Não restritamente digital, mas inteiramente voltados a uma experiência 100% centrada na atenção de pessoas e comunidades.
Abraço,
Rapha Avellar
av_timer 11 min
av_timer 8 min